ITIL vs. fitSM: jantar de reis ou feijão com arroz?

Deu. Não me aguentei. Voltei ao tema. Dormi mal. Quem não dorme?

E para piorar, cedo da manhã, meu guru envia esse artigo para leitura:

Menos filhos, mais pets: A ascensão de um mercado de US$ 500 bilhões

Fala sério!

Logo estaremos venerando gatos como no antigo Egito. Por enquanto adora-se apenas a biblioteca #T#L nas metrópoles tupiniquins.

Mude para fitSM

Eu não conhecia o fitSM. Provavelmente nem você.

Quem me apresentou foi um dos embaixadores da #T#L do Brasil: Linkedin do Renê Chiari.

Não sei se ele ironizava o fitSM em sua simplicidade, mas fato é que me fisgou.

Fui atrás. E preciso dizer: é hora de você trocar o foco.

Não se trata de algo melhor. Mas algo mais simples.

fitSM surgiu em 2013 e pode ser acessado em www.fitsm.eu. No final desse artigo tem uma tabela comparativa com a #T#L.

Explico

O fascínio de muita gente pela #T#L é como querer ler “Em busca do tempo perdido” de Proust (2.500 páginas!!!) no banheiro: impossível de terminar.

Cheia de fluxos, papéis e bibliografias. Parece maçonaria no Service Desk: só iniciados sabem onde fica a luz no final do incidente (“a luz no final do incidente” é boa, hein?!).

Já o fitSM — mais recente e pragmático — brota com 14 processos. É pra quem precisa entregar resultado logo. Não é vinho francês, mas cerveja gelada na praia.

#T#L é como a biblioteca do colégio: os livros estão lá, mas a gente não vai ler tudo.

O fitSM, ao contrário, é o guia de bolso de Paraty: não resolve todos os dilemas da existência, mas ajuda a matar um chamado de suporte mal detalhado.

Semana passada em Paraty

(Doravante chamarei #T#L de velha baronesa ou coisa parecida)

Há um peso cultural e da inércia corporativa: a baronesa é global, tem horda de seguidores, instituições e consultorias milionárias.

fitSM é underground, estilo Amy Winehouse. Usado em universidades e em empresas que não querem entregar a alma em nome da “maturidade de processos”.

Contestações

Claro, os devotos da baronesa vão dizer que fitSM é raso, que não cobre todos os aspectos, que não tem a aura sagrada das boas práticas consagradas.

Hahaha, é a mais pura verdade.

Não tem “Gerenciamento de Conhecimento”. Poizentão.

Mas é também o que o torna mastigável, digamos assim.

A baronesa é como churrascaria com rodízio de carne, buffet, cozinha japonesa, massa feita na hora, vegano (sei lá, vegetariano também): lindo, mas ninguém aguenta.

O fitSM é o prato feito na esquina: feijão, arroz e bife. Funciona. Alimenta. Vamo adiante!

Por exemplo: empresas tipo MSPs só querem organizar a casa, e não montar um mosteiro devoto à baronesa da complexidade, se dão melhor com o fitSM. E a caminho da ISO 20.000.

Shorts (estilo Youtube), minha sobrinha, sobrinho, sobrinhx

Abandone o ideal de se tornar o mestre iluminado da baronesa: é bonito na teoria, mas na prática só serve para gastar dinheiro em certificação e horas no Youtube assistindo vídeos.

Quer realmente melhorar a gestão de serviços de TI sem morrer soterrado em livros e processos? Escolhe o fitSM. A vida é curta demais para ser desperdiçada tentando entender o glossário da baronesa.

No fundo, o dilema é como montar um camelo ou uma bicicleta. O camelo é imponente, mas ocupa toda a sala e precisa de quilos de ração. A bicicleta, simples e prática, resolve a mobilidade do trajeto diário.

E os pequenos e médios centros de suporte precisam apenas pedalar, não posar para safari.

Tabelinha, faz favor

Porém, se deseja explanações em forma de tabela, eis aqui.

Preciso destacar que, diferente dos ministros do STF que não apontam quem escreveu suas sentenças, eu digo: a tabela abaixo é obra de meu assistente AI.

Os erros são todos dele.

Mas confesso que revisei e cortei itens que enalteciam você-sabe-quem (não posso dizer o nome senão o pessoal inglês vem e me cobra pelo uso de marca registrada, haha).

Aspecto FitSM #T#L
Origem Criado em 2012 pelo projeto europeu FedSM, com a primeira versão publicada em 2013. Criado pela CCTA (Reino Unido) nos anos 80; evoluiu até a versão atual (#T#L 4, lançada em 2019).
Objetivo Framework leve e simples para gestão de serviços de TI, pensado para organizações menores ou que buscam agilidade. Framework abrangente e detalhado, voltado a qualquer tipo de organização, com foco em alinhamento de TI e negócios.
Complexidade Baixa: menos processos, linguagem clara, fácil de entender e aplicar. Alta: processos e práticas extensos, linguagem mais técnica, exige maior maturidade para adoção.
Número de processos 14 processos principais, cobrindo o essencial da gestão de serviços. 34 práticas, cobrindo desde governança até melhoria contínua, automação e cultura organizacional.
Documentação Conjunto enxuto de guias, gratuito e de fácil acesso. Documentação extensa e paga (manuais oficiais).
Certificação Estrutura simplificada, com certificações rápidas e de baixo custo. Estrutura complexa, com vários níveis de certificação (Foundation, Managing Professional, Strategic Leader etc.).
Foco Adoção prática e rápida, sem excesso burocrático. Abordagem abrangente e robusta, cobrindo múltiplas camadas de gestão.
Aplicabilidade Ideal para equipes pequenas/médias ou ambientes de pesquisa. Aplicável a empresas de todos os portes, mas exige maior investimento em tempo e recursos.

Cá entre nós:

  • Só os iniciantes querem ter certificados no currículo. É justo. Mas desnecessário.
  • Os gestores precisam entregar resultados e não se perder em 34 práticas que os arrastam para consultorias etc.
  • A diretoria só quer a coisa funcionando!

Quem, numa pequena ou média empresa, precisa de tantas práticas?

14 processos básicos dão conta!

Lembrete pra quem aguentou até aqui

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Mas lembre-se: apenas 9 vagas em cada edição. Não dou conta de mais gente, haha.

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Abrazon

~ Cohen

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