A paranoia do CPF e da LGPD

Ah, as ironias da vida moderna!

Aí está você, vivendo no século XXI, tentando manter sua privacidade intacta, enquanto o mundo conspira para transformar seu precioso CPF em moeda de troca para descontos insignificantes. Que espetáculo circense!

Então alguém comenta alguma coisa (nem precisa ser fake news, mas se for, aí tem mais força).

Essa coisa cai nas redes sociais e se multiplica, viraliza e se espalha feito praga bíblica.

E lá estamos nós evitando compartilhar uma informação importante: nosso CPF.

A explicação é que bandidos podem usá-lo para aplicar golpes financeiros, pedir empréstimos etc. O Banco Central até criou uma ferramenta para investigarmos se isso está acontecendo.

Pasmem

Só que eu vou numa farmácia e eles me dizem: qual seu CPF de cadastro? Falo em voz alta. Isso me ajuda a ter descontos.

Eu vou no supermercado e perguntam: quer CPF na nota fiscal? Claro que sim, para obter descontos na hora de pagar o IPVA. Ou eu digito ou falo em voz alta.

E não é só no supermercado, é no posto de gasolina, na quitanda, na padaria, na banca de revistas, na fila do cinema do shopping etc.

Virou um ritual de consumo informar o CPF. Esse que devemos manter sob sigilo. E cuja divulgação aqui e ali é incentivada até mesmo pelas entidades públicas, haha.

Nova lei do CPF entra em vigor: saiba o que mudou no documento

E como demonstração de informação mais promíscua impossível, entrou em vigor em janeiro do ano passado, a Lei 14.534 que traz mudanças em relação ao Cadastro de Pessoa Física (CPF). A partir de agora, o documento passa a ser o único número do registro geral (RG) no Brasil. Isso significa que o CPF se torna o “número único e suficiente para identificação do cidadão nos bancos de dados de serviços públicos”.

Se de um lado diminui a burocracia de termos 300 códigos de identificação, por outro lado põe nossa b* na janela do ônibus pra todo mundo ver.

Fala sério. Você acha que o seu CPF não vai cair na boca do povo?

Se até dezembro, era uma padronização particular de cada empresa, agora é do governo federal.

Hummm, seriam os “bandidos” tão chinelões (alguns são mesmo) de ficar no supermercado ou no posto de gasolina só ouvindo você “cantar” seus algarismos?

E por que não?

E agora, CPF, o que faremos com você?

Abrazon a todos,

EL CO

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