Bolsonaro, Lula, o cão e o Frankl – que quarteto!

Cada vez que o presidente Bolsonaro vai à televisão explicar suas ideias, causa uma torrente de lixo em minhas redes sociais.

Não oriunda dele, mas daquele antagonismo que se criou antes das eleições, onde até pais brigavam com filhos por causa de contendas polí­ticas. Naquela época recebí­amos enxurradas de “fake news” de ambos os lados. Argumento que prestasse, nhecas.

No momento não sei se Bolsonaro tem razão com o isolamento vertical ou se os seus adversários com o isolamento total. Vários indiví­duos permanecem desconfiados.

O pior mesmo é aquele pânico profundo, calado e ameaçador que se instala no fundo da alma. Tal dilema recorda Antí­gona.

Ninguém pode ter certeza de nada. Tampouco do que é melhor para o futuro. As informações que possuí­mos vem de outros. Médicos, polí­ticos, cientistas de dados, economistas e assim vai. E estes receberam de terceiros.

Dizem que a China escondeu informações iniciais do Corona ví­rus. Outros que ele escapuliu de um laboratório chinês, como nos filmes. O paí­s oriental rebate com a afirmação de que ele é criação dos americanos que, durante uma olimpí­ada militar em solo chinês, deram um jeitinho de infectar quantos moradores pudessem.

Ah, o Bolsonaro é um cabeça-de-ovo, não ouve os cientistas, dizem alguns. Então meu amigo anti-PT explode que ele, ao menos, soube escolher os ministros que não roubam e quê…

Pronto, logo reaparece a Dilma, o Zé Dirceu e sei o lá o que mais.

Na dúvida, sigo em quarentena voluntária.

Uma base no estoicismo

Os estoicos usavam uma metáfora interessante: “o cão atrelado a uma carroça”.

Imagine um cão preso a uma carroça em movimento. A coleira é longa o suficiente para que o cão tenha duas opções: 1) ele pode seguir a direção da carroça, sobre a qual não detém controle e se adaptar ao trajeto; ou 2) pode resistir com toda sua força e ser arrastado (e esfolado)”Œ durante viagem.

De certa maneira, nesse ambiente todos, somos esse cachorro.

Ou fazemos o nosso melhor durante esse deslocamento ou lutamos contra cada decisão que o condutor faz. A carroça sempre se move.

Veja, não estou falando do Bolsonaro, mas da situação mundial, da pandemia.

Existem coisas que podemos controlar. Outras, estão fora do nosso alcance.

Viktor Frankl

Todos estão aturdidos. Alguns poucos, outros muitos abalados.

Tem gente em vias de perder o emprego. Ou até já perdeu. Aquele viu sua esperança de criar uma startup ir por água abaixo com essa desgraceira toda. Um uruguaio montou em fevereiro uma verdadeira parrilla uruguaia aqui no bairro. Abriu apenas 10 dias.

Amigos habitualmente dotados de sensatez e equilí­brio racional me enviam mensagens com “fake news” sobre “tome chá por que ele mata o ví­rus acima de 20 graus”. Minha filha manda um áudio de amiga que comenta sobre arrastões na cidade. Tudo infelizmente falso.

Fique na sua. Não compartilhe. Tente – tente – manter a serenidade.

Se apoie no exemplo do Viktor.

Um médico que, por ser judeu, foi internado em vários campos de concentração na Alemanha durante a Segunda Guerra. Passou fome; viu amigos morrerem na sua frente seja por falta de comida ou por violência dos nazistas; experimentou frio extremo; assistiu o horror das chaminés queimando corpos humanos; sofreu dores fí­sicas e psicológicas e…

Saiu vivo e conseguiu retomar sua vida. Escreveu um livro Em busca de sentido.

Frankl gostava de citar a frase de Nietzsche: “Quem tem por que viver pode suportar quase qualquer como”.

No campo de concentração todas as circunstâncias conspiravam para fazer o prisioneiro perder seu controle. A única coisa que restava era “a última liberdade humana – a capacidade de escolher a atitude pessoal que se assume diante de determinado conjunto de circunstâncias”.

OK?

Não se despedace. Não banque o bandido. Não implique com a esposa ou o esposo. Momento bom de viver com as crianças, sogra, sogro etc.

Sabe aquele livro há tanto tempo encalhado na sua cabeça?”Œ Essa é a hora de escrevê-lo. Ou o software?”Œ Ou sei lá o quê.

Largue de mão um pouco a CNN, a Globo, Band etc.

Escolha algo por que viver e se dedique.

See you, friends.

EL”Œ CO

PS: E o Lula? Ué, também não sei dele, você sabe? 😉

2 comentários em “Bolsonaro, Lula, o cão e o Frankl – que quarteto!”

  1. Obrigado pela reflexão meu querido tio! Vamos aproveitar e viver!
    Seguimos firmes em nosso isolamento para superarmos esse caos.
    Nos vemos no futuro!

    Abraços e Se cuidee!!

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