HDI 2009 – Kirk Weisler, última do primeiro dia

Kirk – Chefe de Assuntos Motivacionais

Oferecendo sequencia à descrição que venho realizando (a última foi “Debate de Psique e Kid da VISANET“) vamos agora a um dos astros do evento:

Kirk Weisler

Há mais de dez anos sou associado do HDI USA e sempre o Kirk aparece nos Congressos. A impressão que tinha dele é que se tratava de alguém inflamado, agitador, estilo italianão. Ledo engano. O sujeito é tranquilo. Mas dá conta do recado no que tange a MOTIVAÇÃO.

A fera tem quase dois metros de altura e, num palco, ainda cresce de tamanho, hahaha.

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De largada Kirk disse: “– O importante é fazer o bom e não ser bom“.

Sacaram o lance? Desloca-se a importância para outro alguém, a quem ajudaremos, e não a nós mesmos. Ser bom será um reflexo de nossas generosas atitudes para com os outros.

lanterna_verdeO superherói preferido de Kirk é o Lanterna Verde. E explicou porquê.

O sujeito era um cidadão comum, bem diferente dos outros heróis.

E recebe de presente dum aliení­gena um poder (através do anel) pelo fato de ter um coração bom, generoso e pensar nos outros.

homem-invisivelE um exemplo negativo de superherói é o Homem Invisí­vel. Por que, apesar de receber seu poder num acidente, é um homem triste, sorumbático, sem alegria e que também não transmite nada de bom para os outros.

A comparação é clara pra quem deseja entender. Busque o bem, será alegre e motivará as pessoas ao seu redor.

Seja um mala, forme seu caráter de maneira a ser taciturno, talvez passe invisí­vel pela sua corporação (essas conclusões são minhas!).

threeJá voltando aos slides do Kirk, ele apresentou referência a um livro chamado “The three signs of a miserable job – a fable for managers and their employees“. Nele, o autor aponta as caracterí­sticas de um trabalho desmotivante e aborrecedor:

1) Anonimato (sentimento dos funcionários de que seu gerente não se interessa por eles como ser humano e conhece pouco de suas vidas, aspirações e interesses).

2) Irrelevância (quando os funcionários não percebem se aquilo que realizam em seu local de trabalho faz diferença ou não em suas vidas … Não impacta na vida de ninguém etc.).

3) Imensurável (incapacidade dos funcionários de medirem o quanto colaboram ou não para o sucesso; não recebem feedback se estão indo bem ou não… e só recebem respostas subjetivas dos gerentes).

As três desculpas mais tradicionais para que o gerente caia nas armadilhas acima expostas são:

  1. Estou muito ocupado
  2. Eu esqueci
  3. Tenho medo, não sei como abordar esse assunto

Nessa hora o Kirk, que é um grande contador de histórias, inseriu seu diálogo com uma atendente de cinema.

Aquelas moças que servem pipocas, refrigerantes etc. Não vou repetir tudo aqui – até por que tiraria a graça caso você venha assistir a uma apresentação dele -, mas o que deve restar é que ele esforçou-se ao máximo para obter um sorriso da moça. E nada. Ele foi entremeando toda a palestra com recortes de seu diálogo até o final, onde você lerá o que aconteceu.

Uma frase:

Os lí­deres devem inspirar e não exigir. Precisam ensinar, acordar, fazer as pessoas crescerem.

Em seguida, um filme:

Pra quem não sabe, “I QUIT” em inglês é “Eu me demito!

Apresentou uma pesquisa do Instituto Gallup sobre motivação. E comentou que desesperador e frustrante é quando um filho ou aluno apresenta desempenho abaixo do esperado ou possí­vel. A pesquisa justamente avalia se o potencial da pessoa está sendo realizado.

A palestra do Kirk foi magnetizante.

Somente quem participou para reconhecer a habilidade do sujeito em nos prender, cativar e tornou-se quase impossí­vel fazer qualquer outra coisa simultânea, até mesmo anotações. Minha sorte é ter dupla personalidade e, enquanto uma ficava eletrizada com o palestrante, a outra – metódica – gastava tinta nos papéis ao alcance.

A cada slide, apresentava um livro que o tinha impactado. “Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes“, “Passionate organization” e assim por diante. De cada um, extraia – ao menos –  uma lição de vida.

E registrava sentimentos dos funcionários como “– Alguém te amou e se importou com você e lhe ajudou a encontrar um caminho melhor“. O amor dessa pessoa – chefe, colega etc. – é eterno, permanece na pessoa pois a impactou.

Chegando na sala

Existem duas maneiras de chegar na sua sala de trabalho:

  1. Exclamando “- Cheguei! Olá! Me notem!” ou…
  2. Cumprimentando a todos, agradecendo etc. (e de maneira subliminar informando “- Eu estou lhe vendo”, “- Eu me importo com você”). A sala se ilumina quando você chega?

Quando realizamos uma escolha, sempre desistimos de algo. Segundo Kirk, se queremos ser bons, iluminar, precisamos abrir mão do sarcasmo, mau-humor e outros sentimentos similares.

E mais: o que é contagioso se espalha de uma pessoa para outra. Por que não ser agradável?

Sir Kevin of Devon

sirYeah!

Lá estava novamente mais uma história se iniciando.

Era o Kirk explicando como seu antigo chefe cativou 25 novos funcionários. No dia da apresentação, ele chamou todo mundo e apresentou um livro infantil (cuja capa está ao lado). O chefe explicou que seu pai comprara para ele.

E lia seguido. E o chefe foi lendo a história para os novos funcionários. E eles perceberam que o mesmo era de carne-e-osso. E que se emocionava. E se importava, pois estava ali gastando um tempo (investindo, na realidade) contando histórias de sua infância para eles.

dragaoE explicou por que gostava da história:

Todos nós enfrentamos dragões. A gente luta, batalha e muitas vezes persegue o dragão pelo resto da vida (essa é a história do livro). E como uma empresa, também perseguiremos novos dragões.

E naquele dia o chefe inaugurou uma tradição que seria a de sempre contarem histórias uns para os outros.

O lí­der se mostrou vulnerável. Se abriu. E mostrou que amava os funcionários. E desejou estabelecer uma relação de confiança com eles.

Ele ainda realizou várias outras ações de mobilização como:

  • Um dia passou correndo de um lado para o outro, na sala do call center, de maneira que todos pudessem ver. Questionado mais tarde, quis demonstrar que certas coisas tem um senso de urgência. Que também ele faz coisas correndo, que é ocupado.
  • Noutra, pediu que a recepcionista chegasse ao meio-dia, enquanto ele mesmo ocupava o posto dela, recebia as pessoas, os telefonemas etc. Tudo para ver como era a vida da mesma.
  • Noutra ocasião, foi trabalhar no call center e atender os clientes que telefonavam. O que aconteceu? As histórias se propagam entre os funcionários e eles veem o chefe como alguém mortal e que se importa. São ações simbólicas.
  • Distribuiu 700 cookies (docinhos) para todos os empregados dos três turnos. Sete anos depois encontrou um sujeito que perguntou se lembrava quem ele era? Disse que não e a pessoa respondeu que tinha recebido um cookie e aquilo havia impressionado de tal maneira que ainda se recordava, sete anos depois.

filaKirki comentou que gestos desse tipo se espalhavam no mercado de trabalho e as pessoas faziam fila para trabalhar na sua empresa, ainda que os salários fossem iguais às das outras empresas.

Tão somente por que lá os funcionários eram gente e reconhecidos assim por suas chefias.

Uma vez que essa descrição está ficando longa, hahaha, algumas frases restantes da palestra:

  • É mais divertido trabalhar com alguém que está super-bem desenvolvido ou que está se iniciando?
  • Como fazer as pessoas crescerem? Como inspirar a equipe? Estando você mesmo em crescimento e desenvolvimento.
  • Ler um livro para os funcionários com entusiasmo e paixão, afeta os outros. Há probabilidade de crescerem.
  • Meu chefe desafiou-me a ler um livro novo a cada 30 dias.
  • Sua esposa: “- Decidi não ser um ser humano, mas me tornar um ser humano” (significa que está sempre aprendendo)
  • Dar um bilhete manuscrito de agradecimento é tão bom quanto receber
  • Nada é tão contagiante quanto o entusiasmo
  • O oposto do bom não é o mal. É a apatia.
  • O que precisamos não é a força do Super Homem, mas a vontade e determinação do Lanterna Verde.

Da atendente no cinema

pipocaNo final, depois de muita insistência e perspicácia, Kirk disse que conseguiu uma manifestação que tirou a moça do marasmo.

E seu filho comentou: “- Puxa, pai, deu trabalho, hein?”

E Kirk respondeu: “- Sim, meu filho. Dá trabalho.”

Abraços

El Cohen

Próxima palestra

Ah, será a do Rich Hand, diretor executivo do HDI USA.

E essa eu não precisei de tradução, pois o inglês dele é perfeitamente compreensí­vel!

🙂
El Co

Próximo artigo do tema:

https://www.4hd.com.br/blog/2009/06/02/hdi-2009-richard-hand-hdi-usa/

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