Registro aqui minha experiência no MSP Summit 2025.
Antecipo: o evento tornou-se itinerante. Desapegou-se de sua base São Paulo e agora circula, em 2025, por 7 cidades previamente escolhidas.
Então aqui vão as palestras realizadas e minhas conclusões ao final.
Palestra – Brenda Busanelli
Abriu o evento às 13:00. Numa sala preparada para 50 pessoas, deviam estar umas 30. Uma vergonha a gauchada não ter prestigiado. Se bem que o no andar térreo ocorria outro chamado “Guardiões Digitais”.
Ou seja, conflito de agendas que pode ter reduzido a procura. Ou pessoas que confirmam e não aparecem, o que se torna ainda mais constrangedor pra imagem do RS.
Houve uma época que eu realiza eventos assim. Tinha no-show de 50%. Depois que passei a cobrar a inscrição, ele tornou-se zero.
Brenda comentou um panorama do mercado norte-americano através de pesquisa da N-Able.
Você pode baixar aqui: n-able.com/resources/msp-horizons-report-2025.
Os números eram interessantes, mas sempre suspeito de estatísticas e benchmarking. Por razões já explicadas em vídeo no meu canal do Youtube.
Aspectos apresentados:
- A retenção de clientes no Brasil por parte das empresas MSP é bem maior que nos EUA. Um dos motivos aventados é que temos medo de “demitir um cliente ruim” por que o nosso comercial também o é. Isso produz contratos ruins pelo medo da perda.
- Os principais desafios das empresas de lá seguem similares ao Brasil: aquisição de novos clientes e desenvolvimento de equipe.
- “É legal o dono vender, mas o dono não foi feito para ficar vendendo”.
- Chamados fechados por automação aumentam a produtividade (nem vou comentar esse desespero em busca de “alta produtividade”). Deu um exemplo de empresa nacional que tem 12.000 chamados fechados/mês dessa forma.
- Citou título de autor australiano que ensina MSPs a definirem suas ofertas de serviço: Package, Price, Profit — The Essential Guide to Packaging and Pricing Your MSP Plans de autoria de Nigel Moore.
Palestra – Felipe Souza da N-able
Ele é country manager da empresa para o Brasil. Um brasileiro (pareceu, pois não tinha sotaque algum) que mora em Otawa no Canadá. Ela é uma fabricante de ferramentas para cybersecurity. Sua palestra foi breve, onde apresentou os objetivos da empresa:
- Ajudar MSPs no seu core.
- Entregar ferramentas robustas.
Palestra – testemunho de Rodrigo Lerner Pinto
Ah, o ponto alto do MSP. Como sempre.
Testemunho honestos de profissionais como o CEO da Garratech valem muito! Ele compartilhou suas experiências, mudanças de rumo etc.
- Sua empresa tem 9 pessoas. Seu maior cliente tem 100 dispositivos e o menor, 1.
- Há alguns anos recebeu um vídeo do Sebrae que impactou forte: “sua empresa é uma break-fix ou gestora de serviços?”. Isso mexeu com sua concepção da empresa. Ele tinha loja de produtos de informática e atendia pessoa física; vendia cartucho; oferecia contrato guarda-chuva que, por um valor mensal, fazia de tudo na TI do cliente etc.
- Combinado com uma palestra denominada “Por que você não demite seu cliente?” (realizada por mim em 2018 — pode fazer download aqui) resolveu mudar os rumos da empresa.
- Definiu metas de faturamento em serviços e, na medida em que os alcançava, cancelava algum tipo de serviço deficitário.
- Disse que foi muito dolorido. Promoveu ásperos debates entre os sócios parar de faturar uma determinada grana PARA FOCAR NO QUE TINHAM INTERESSE.
- Em junho de 2024 alcançaram finalmente a meta: “quem não tem contrato, não atendemos mais“.
- Trocar contratos de horas para serviços foi melhor em todos os sentidos, pois no primeiro método ficavam horas discutindo minutos com os clientes.
- Clientes hoje dizem: “só não posso cancelar a TI e a contabilidade” quando querem economizar despesas.
- Criou 2 a 3 pacotes iniciais de serviços para sair da venda de horas. Estabeleceu um mínimo viável.
- Paradoxo em um debate com participantes: clientes que não têm contrato, acabavam sendo atendidos com prioridade superior aos do que tinham contrato.
- Por que escolheu clientes pequenos, até 100 dispositivos? Por que dá muito menos trabalho que um grande que possui ambiente complexos, diversos servidores etc.
Palestra – Bruno Bortoloti
Ele é o Senior Sales Engineer | Solution Consultant da ADDEE.
Fez uma apresentação técnica do N-able Ecoverse. Pra mim que não sou da área (técnica), ficou um pouco enfadonho. Até por que eu não tinha alternativa. Era essa ou essa.
Palestra Brunno Busanelli
Ele emendou na apresentação do seu xará Bruno e apresentou o HaloPSA, uma ferramenta que a ADDEE está representando e faz registro de chamados e muito mais.
Recordou-me, de certa maneira, o meu Fireman Road Show lá do início do século. Mas isso é história pra boteco.
E na sequência da palestra, abriu-se o espaço do coquetel para expansão do networking dos presentes.
Eu, sorrateiramente, chispei para casa antes da patroa chegar. Quinta-feira é dia de jantar fora e precisava tomar banho, passar perfume, essas coisas. Inversões de comportamento na sociedade, haha.
Conclusões
Fiquei decepcionado.
É como você ir ao Rock in Rio de 1985, assistir Iron Maiden e assistir novamente em 2025. Não é a mesma coisa.
Quem frequentou o MSP Summit em São Paulo com suas várias salas de palestra, debates, salão de expositores com diversos, todo aquele glamour, áurea, fantasia, não aceita.
Claro, existem questões estratégicas da empresa. Alcançar mais clientes, visitando onde eles estão, é um aspecto.
Talvez os custos para organizar um megaevento, captar patrocinadores etc. seja mais trabalhoso e alto do que embarcar o time num avião e levá-los até uma cidade distante (ou não).
Fico feliz que o HDI mantenha o congresso nacional. Penso que elitizou demais, mas cada um sabe como tocar sua vida, de maneiras que…
Hoje é sexta!