É a frase que mais ouço nos cursos.
E falta mesmo, por mais que os papas do gerenciamento do tempo digam que não.
Cada escolha, uma renúncia.
Essa frase ouço da minha prenda, psicóloga, que repete isso mais do que galo que canta na madrugada (ao pessoal urbano que nunca ouviu um, recomendo uma busca no Youtube).
Eu quero dominar o mundo. Já fiz teste DISC e deu isso, haha.
Vai ver nasci com a corda toda, como se diz por aqui. Eu me recuso a aceitar o resultado do teste, que isso não se encaixa para mim etc.
Mas quero cursar mais duas faculdades, viajar para 32 países, lançar três livros que estão no galpão das ideias, além de uma penca de metas menores.
Meus sobrinhos, gestores que participam de meus cursos, idem. Eles querem:
- Aprender a delegar tarefas e não ficarem sobrecarregados.
- Implantar uma base de conhecimento, mesmo que por suas próprias mãos.
- Automatizar rotinas (“instalação de XXX na estação do usuário”, “troca de assinatura do usuário no Outlook” etc.) mesmo que por suas próprias mãos.
- Manter indicadores de desempenho mesmo que por suas próprias mãos.
- Implementar um projeto de Gamification que motive os subordinados de forma diferente do que é hoje. Mesmo que…
- Iniciar experiências com IA. Mesmo que…
- (…)
Quatro mil semanas
Burkeman, Oliver, escreveu um livro chamado Quatro mil semanas.
É o tempo que vive um ser humano normal. Uns 75 anos (na verdade, é uma média).
A mensagem é clara: não dá pra encilhar todos os cavalos ao mesmo tempo.
Lembre-se da frase de minha jefa: “Cada escolha, uma renúncia”.
É f* ter que abrir mão de alguma coisa. É doloroso. É de se rasgar todo por dentro.
Mas tem m* pior: perder tempo com bobagem. Exemplos:
- É acompanhar o MC Ryan e suas postagens com sua Lamborghini no Estádio do XV de Piracicaba, sabendo que fez isso por visualizações.
- É assistir algum seriado apenas por que não tem o que fazer.
- É ler a reportagem de capa do UOL em que Sabrina Sato posa com ‘cabelo de oncinha’.
- É não a caminhar no parque com a esposa por que ambos estão cansados.
4.000.000 semanas.
Um passo a passo
Defina uma meta com número e data para UM projeto do centro de suporte técnico.
Base de Conhecimento, por exemplo.
Não, a IA não pode substituir sua base de conhecimento:
- Ela pode alucinar e lhe apresentar uma resposta estapafúrdia que seu técnico tentará aplicar enquanto o negócio que ele suporta mantém-se parado.
- Ela pode trazer algo fora dos padrões da sua empresa.
- Existe um mar de variáveis para dar zebra.
Mas você pode usá-la como ferramenta para construir sua base de conhecimento. E depois usar a IA no dia a dia para pesquisar na sua base de conhecimento. Isso sim.
OK, esquece a base de conhecimento.
O problema do seu time é a falta de padrões nos processos; hoje cada um faz do seu jeito. Automatizar solucionará a questão. Criaremos um script em PowerShell para isso.
Mas não dá pra automatizar sem saber o que deseja. E se escrevem um passo a passo da tarefa, de certa maneira, já estão padronizando. Escrevam. Desenhem. Revisem se é isso mesmo.
E então automatizem. Por que se fizerem isso primeiro, ficarão remendando o script diariamente. E talvez mesmo com documentação, isso acabe acontecendo. Mas já terão pensado a respeito.
Mensagem final
A mensagem dessa quarta-feira é simples:
Você, caro gestor, precisa demonstrar resultados.
Mas não dá pra fazer tudo. Defina uma meta. E um número.
Claro, você pode delegar. E cobrar.
Então, poderá mais de uma MACROAÇÃO em andamento.
Não exagere nas macroações, vai por mim.
Alguns livros meus esperam seu slot de tempo para serem escritos, apesar dos dedos não compreenderem isso quando se aproximam do teclado.
Think about.
Abrazon
EL CO
PS: Pois hoje estou a ouvir música campeira do Rio Grande do Sul