Córdoba e mais de Sevilha

Salve, pessoal.

Sábado, dia 24/09, fomos à cidade de Córdoba, famosa por vários motivos.

E aproveito esse artigo para registrar mais detalhes da vida em Sevilha.

Córdoba

  • Pegamos um ônibus do bairro Triana e descemos na estação de trem Santa Justa. O curioso é que se mantém a obrigatoriedade de máscaras faciais nos ônibus. E logo iríamos descobrir, nos trens.
  • O trem não foi o AVE nem AVANT, os rapidinhos (e mais caros). Pegamos um simplizão que, pros padrões brasileiros, uauuuuuuu… Levou uma hora e 20 minutos com algumas paradas. Às 10:00 estávamos em Córdoba.
  • A dúvida era pegar um BOLT (a versão UBER aqui e mais barata) ou ir caminhando. Fomos a pé, mesmo por quê… Não tinha ninguém nas ruas, o trabalho na Espanha inicia mais tarde. É bonito o passeio e o Google Maps (ah, sem esse…) leva direitinho ao local desejado: a Puerta de Almodovar onde inicia a área antiga.
  • Passou a puerta, inicia a rua dos judeus. E caminhando um pouco, encontramos a Casa de Sefarad, uma espécie de museu dos judeus. Ali, no andar superior, é só aflição e repulsa por certos comportamentos do ser humano. Há registros da Inquisição Católica que causam horror na gente. Em Córdoba, 107 pessoas foram queimadas vivas numa única noite por que eram consideradas hereges. Veja que, em nome da religião, se cometem as maiores calamidades que se possa imaginar.
  • Em seguida, visitamos a Sinagoga. Uma decepção. Um cubo, espaço pequeno para rezas e orações. Durou 2 minutos a visita e fomos para as ruas, as quais são apertadas em largura, como em quase toda a Andaluzia, para proteção do sol e calor. Logo chegamos na estátua de Maimônides. Não sabe quem é, pesquisa.
  • Desembocamos vielas afora na Álcazar de los Reyes Cristianos. Um palácio gigantesco lotado de belos jardins. Mas no outono, não são tão belos assim.
  • Dali, uma caminhadazinha mixuruca de 3 minutos até a Ponte Romana. Isso sim é um espetáculo de arquitetura e engenharia. Com um pórtico lá no outro lado da ponte. A gente assiste, em imaginação, os filmes de cavalaria medieval.
  • O mais desejado por mim ficou por último: a Mezquita-Catedral de Córdoba. Uma grande desilusão. É enorme por dentro. Dá pra imaginar multidões de fiéis muçulmanos orando. Ela é simples e espartana. Até aí tudo bem, mas esperava algo mais “Disney”. Pelo menos, as colunas e pilastras sem pó, pintadas bonitas como merecem. E espalhadas por todos os cantos, capelas e capelas católicas lotadas de enfeites em ouro. Ouro e ouro. De um lado, a simplicidade da mesquita, de outro a riqueza e opulência católica (da época).

Acabamos o passeio às 14:00 e a volta tinha sido comprada para as 20:10 (eu cheio de esperança e encantamento de gastar horas e horas).

Na hora de “cambiar” as passagens, uma constatação de mancada – não compramos pela RENFE, empresa oficial. Mas pela TRAINLINE que vende para toda Europa.

Resultado: tivemos que comprar as passagens de volta, sem poder aproveitar o dinheiro das passagens da TRAINLINE.

Sevilha

  • Ainda estou intrigado com a ausência de motoboys e tele-entregas. Nada, absolutamente nada.
  • As faixas de segurança sem semáforos são absurdamente seguras. Param ônibus, carro, patinete, bicicleta ou scooter para o pedestre atravessar.
  • Os preços de comida seguem mais baixos que no Brasil. É verdade que a gasolina é mais cara, mas… Eles não usam carro. Pra viajar é trem ou ônibus. Pra andar na cidade, metrô, ônibus (show!!), patinete próprio (a cidade é plana), poucas bicicletas e muitas scooters.
  • A invasão dos pets ainda não chegou. Mas ainda assim existe cocô de cachorro abandonado pelas ruas. Acho que como existem muitos idosos, eles não se abaixam pra recolher.
  • As casas e edifícios na região da Triana são impecavelmente cuidads na sua parte externa. Há muitos e muitos bares com mesas nas calçadas. Fuma-se bastante, o politicamente correto ainda não chegou. E o intrigante, muita gente acima dos 80!
  • Não há outdoors. Por outro lado, eles adotam o antigo método de folhetos publicitários de supermercados e lojas distribuídos em prédios e casas.
  • O tempo melhorou: a temperatura inicia com 14 graus pela manhã e vai a 30 à tarde. A umidade faz caminho inverso: inicia com 74% e desce para 30-38% no período da tarde. O nariz fica maluco.
  • Os VTC (Vehículos de Turismo con Conductor), vulgo Uber, Bold, Cabify etc. ainda batem espada em Sevilha para funcionar. Mas a prefeitura já liberou. E o sindicato dos táxis… Aquela guerra que assistimos há um tempo no Brasil.
  • As manchetes no jornal Diario de Sevilla não apresentam desgraças, matanças por política, temor de COVID, inflação, a Rússia etc. Isso parece ser uma característica bem brasileira. Falam sobre doação do AirBnb de um milhão para incentivar o turismo, shows, manutenção do calor etc.

Sem dúvida alguma, é ótimo lugar para se viver.

Claro, estamos morando – por 30 dias – em uma região turística. Talvez pessoas mais humildes e com habitações mais distantes desses pontos não possam dizer o mesmo, mas… As coisas funcionam.

Abraços

EL CO

PS: Fotos de Córdoba em instagram.com/cohenroberto

 

2 comentários em “Córdoba e mais de Sevilha”

  1. Passando aqui só para dizer que essa série de relatos do casal nômade digital está muito interessante. Keep it up, tchê 🙂

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