A técnica Pomodoro realmente funciona?!

E minha opinião é: funciona!

chaplinTodo mundo que virou gerente ou que deseja produzir mais em menos tempo (oh, Tempos Modernos que Chaplin de maneira tão competente ironizou) carece de métodos para concluir suas tarefas.

Sim, por que vamos empilhando responsabilidades, ideias, projetos, mudanças e assim por diante.

E o que acontece é que acabamos nos enredando feito um boca-aberta de primeira viagem pescando com rede no mar (espero que todos já tenham tido essa experiência). Uma excitação imensa, mas quando recolhe a rede, cacete! Ela vem emaranhada com seus nós todos atravessados, organismos marí­timos e detritos humanos.

De tal maneira frustrante que passa o resto da manhã desembaraçando a mesma e desesperado em imaginar que será necessário jogá-la novamente ao mar para arriscar pegar alguns peixinhos.

E então surge a técnica Pomodoro, um lance simples e eficaz que nos deixa com caras de idiotas por não o utilizar há mais tempo.

pomodoro

Técnica Pomodoro

Quem manja inglês (ou conhece o Google Translator) pode ir direto no original:
Productivity 101: A Primer to The Pomodoro Technique

Antes de tudo, assista a esse ví­deo bem curto que explica.

Pra quem tem dificuldade com o inglês:

  • Clique em assistir via browser no Youtube
  • Clique em Legendas/Legendas Ocultas para exibir as legendas
  • Clique na engrenagem / Legendas-CC
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Certo, pegou a manha?

  1. Escolha uma tarefa a ser concluí­da.
  2. Defina o timer para 25 min (Pomodoro é tomate em italiano e o timer é aquele tomate de cozinha).
  3. Trabalhe na tarefa até soar o alarme.
  4. Dê um tempo de 5 min para café, conversar, ler e-mails, etc.
  5. Back to 25 min até completar 5 ciclos.

smartphone-offClaro, os 5 ciclos é uma invenção do criador da técnica Pomodoro, Francesco Cirillo (claro, um italiano ou acha que a palavra Pomorodo ia surgir do nada?).

Importante: evite todas as distrações possí­veis.

E isso significa deixar o celular longe; se enfiar quieto(a) numa sala para evitar interrupções; não ler e-mails e assim por diante.

Experiência própria

Yeah, escrevo por experiência dupla:

  1. Primeiro, quando desejo estudar um conteúdo, faço exatamente isso: 3 ciclos de 25 min. Idem para escrever um artigo no blog. Puxo o adaptador de Wi-Fi do meu desktop e feito.
  2. Segundo, inúmeros gerentes que fazem curso comigo saem com trocentos projetos novos a serem realizados (implementar base de conhecimento, adotar a métrica “Y” ou “X”, reduzir a quantidade de incidentes em 30%, ensinar os funcionários a pensar, montar um catálogo de serviços — sim, sim, merchandising do curso de setembro de 2016, clique aqui —, melhorar a pesquisa de satisfação, etc.) E nada acontece. Por que não conseguem concluir a tarefa.

Not so easy

Mas a coisa não é tão fácil quanto parece, hahaha. E por culpa do seu cérebro.

Leia este excerto do livro A mente organizada, como pensar com clareza na era da sobrecarga da informação de Daniel Levitin:

lv_a_mente_organizada

(espaçamento e negritos por minha conta, Cohen)

Há também diferenças importantes entre a correspondência antiga e o e-mail, na extremidade receptora. E, o mais importante, já que levava alguns dias para chegar, não havia nenhuma expectativa de que você respondesse de imediato.

Mas estamos sacrificando a eficiência e a concentração profunda quando interrompemos nossas atividades prioritárias em prol do e-mail.

Verificamos compulsivamente a caixa de e-mails em parte porque não sabemos se a próxima mensagem será de lazer/diversão, de uma conta atrasada, um lembrete de um compromisso, alguma pergunta… Algo que você possa fazer agora, depois, algo que mude a sua vida ou algo irrelevante.

Essa incerteza provoca o caos no nosso sistema de percepção rápida de categorias, além de estresse, e leva a uma sobrecarga decisória.

É claro que o e-mail, hoje, está ficando quase obsoleto como meio de comunicação. Muita gente com menos de vinte anos hoje vê o Facebook como uma ferramenta da geração mais velha. Para eles, a mensagem de texto tornou-se o principal meio de comunicação. Ela oferece a privacidade que os telefonemas não propiciam, e um imediatismo que não se tem com o e-mail.

E os problemas adicionais são trazidos por seu hiperimediatismo.

Além disso, a expectativa social de que um texto sem resposta pode parecer um insulto ao remetente dá a receita de um ví­cio: você recebe um texto e isso ativa seus centros de novidade; você responde e se sente recompensado por ter completado uma tarefa (embora ela fosse inteiramente desconhecida para você quinze minutos antes).

Cada uma dessas coisas libera uma dose de dopamina, e seu sistema lí­mbico grita: “Mais! Mais! Quero mais!”.

… colocaram um pequeno eletrodo no cérebro dos ratos, numa pequena estrutura do sistema lí­mbico chamada núcleo accumbens. Essa estrutura regula a produção de dopamina, e é a região que se ilumina quando o jogador ganha a aposta, viciados usam cocaí­na e as pessoas têm orgasmos — Olds e Milner chamaram-na de centro do prazer.

Uma alavanca na gaiola permitia que os ratos enviassem um pequeno sinal elétrico diretamente a seus núcleos accumbens. Vocês acham que eles gostaram?

Como não! Gostaram tanto que não faziam mais nada. Esqueceram-se de dormir e de comer. Mesmo com fome, ignoravam o alimento gostoso quando tinham oportunidade de pressionar a pequena barra cromada; chegavam a ignorar a oportunidade de fazer sexo. Os ratos continuaram a apertar a alavanca até morrer de fome e exaustão. Isso o faz lembrar alguma coisa?

Um homem de trinta anos em Cantão (China) morreu depois de jogar ví­deo game sem parar durante três dias. Outro morreu em Daegu (Coreia) depois de jogar ví­deo game sem parar por cinquenta horas, interrompido apenas por uma parada cardí­aca.

Toda vez que enviamos um e-mail, de um modo ou de outro, experimentamos uma sensação de realização, e nosso cérebro ganha uma gota de hormônios de recompensa que nos informam que conseguimos realizar algo.

Mas não se esqueçam, é a parte burra do cérebro, a que busca novidades, que impele o sistema lí­mbico e induz essa sensação de prazer, e não os centros de pensamento mais elevados no córtex pré-frontal, que planejam, esquematizam.

Não se enganem: e-mail, Facebook e Twitter constituem ví­cios neuronais.

Epa, opa

Com a inserção do texto acima quero dizer que no iní­cio não será fácil sacrificar o prazer da dopamina em responder um e-mail por enjaular-se durante 25 min numa sala planejando ou executando alguma tarefa.

Só que…

Só que ao final do perí­odo você terá concluí­do sua tarefa ou engendrado (mas que lindoooo, Robertinho!) seu projeto.

Fácil.

Mas trabalhoso de persistir.

Good try.

Ops, bem aí­ do lado do blog (se estiver lendo via desktop/notebook) tem os links dos meus próximos cursos. Se for no smartphone, role a tela até o final 😉

Ou clique em www.4hd.com.br/calendario

Smack

EL CO

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