Thinking fast and slow – por que você faz coisas erradas

Sinopse de livro entremeada por recortes de blogs

Estou lendo um livro do Daniel Kahneman.

Psicólogo israelense que ganhou o prêmio Nobel de… Economia em 2002.

A especialidade dele é “tomada de decisões”. Como as pessoas as tomam e claro, o pessoal da economia espicha muito o olho sobre isso para alguma vantagem ou benefí­cio tomar.

Comprei o meu exemplar na Livraria Cultura.

Infelizmente para os que não têm intimidade com o idioma inglês desconheço, até o momento, qualquer versão em português. Isso tem até me ajudado, por que me obriga a ler muito mais devagar (um capí­tulo por noite), com meu Blackberry na função “traduzir verbetes que não entendo“.

Antes de tudo, eu recomendo firmemente a leitura. Ainda que devagar como estou fazendo. Por que você ficará chocado. Estarrecido. Espantado.

COM VOCÊ MESMO!

Biografia

Bem, a biografia dele em português na Wikipedia  é pobrezinha. Por isso recomendo a que está em lí­ngua inglesa:

en.wikipedia.org/wiki/Daniel_Kahneman

Sacanagem ou não, agora você entende por que o inglês era tão importante no colégio. A sorte é que você ainda pode se esforçar (como eu), ler aos trancos e barrancos e se tornar um profissional diferenciado.

Ou pode ir pra frente da televisão ver a novela das 6, das 7, das 8, das 9, das 10 etc.

Gadunhando outros sites na internet

A falácia do planejamento (Você S.A.)

Daniel Kahneman estava vivendo na pele um fenômeno que, mais tarde, ele próprio batizaria de falácia do planejamento. São situações nas quais decisões são tomadas sob a influência de um otimismo irreal e injustificável, em vez de uma racional avaliação de prós, contras e suas respectivas probabilidades.

Segundo Kahneman, estimativas ficam muito distantes da realidade na medida em que se aproximam demais dos melhores resultados obtidos (algo como se você estimasse seu tempo numa corrida de 100 m tomando Usain Bolt como referência) e não são confrontadas com os históricos de casos semelhantes.

O resultado disto é que empresas embarcam, muitas vezes, em projetos claramente fadados ao fracasso iludidas por um pernicioso viés otimista. Ao classificar o viés de otimismo como um dos mais vieses cognitivos mais significativos, Kahneman alerta que:

“(…) muitos de nós enxergamos o mundo como mais benigno do que ele realmente é, nossos próprios atributos como mais favoráveis do que realmente são e as metas que adotamos como mais alcançáveis do que parecem ser. Tendemos, também, a exagerar nossa habilidade de prever o futuro, alimentando uma confiança demasiadamente otimista.”

Dois de meus heróis – Nassim Taleb e Daniel Kahneman – deram um show (Época Negócios)

Kahneman concorda com a irracionalidade de usarmos modelos errados, mas… Bem… Discorda (??) de Taleb. Para ele é da natureza humana basear-se em modelos. Mesmo errados. Ou seja: mesmo modelos errados nos dão conforto porque humanos não buscam a verdade, buscam efeitos práticos. Precisamos de modelos. Qualquer modelo!

É possí­vel obter efeitos práticos no mundo real (ainda que temporários) mesmo com base em modelos errados. Ele cita o caso de exploradores perdidos nos Pirineus que acham um mapa. Um mapa dos Andes, mas tudo bem. Mesmo com o mapa errado acham o caminho. Eles precisavam de um mapa, qualquer mapa!

Eu penso em religião, em todo o nonsense de pastores, igrejas, crenças, seitas que, para mim não são melhores que astrólogos ou xamãs. Acho tudo um lixo. Agora, não venham me dizer que essas coisas não têm efeitos práticos. Tenho que admitir que põe ordem na vida de um monte de gente. Se quem bebia para de beber, quem batia na mulher para de bater, quem ia se suicidar desiste… Tem efeito prático positivo (neste ní­vel de praticidade)… Agora, que não tem nada a ver com “a verdade” não tem não. Só tem a ver com a mente humana.

Alguns de meus excertos do próprio livro

Antes de tudo é importante destacar que Daniel conceitua que existem dois sistemas dentro do ser humano: Sistema 1 que é intuitivo e opera de maneira automática e rápida e o Sistema 2 que exige atividades cognitivas (pensar!!), alocação de atenção, concentração, escolhas etc.

Os nomes foram dados para simplificar a questão.

  • Exemplos das ações do Sistema 1: muitos de nós são experts em detectar raiva na primeira palavra numa chamada telefônica, ou reconhecer que somos objeto da conversação assim que entramos numa sala ou reagir rapidamente a sinais subliminares que identificam que o motorista ao lado é perigoso. Intuição nada mais é do que reconhecimento de informações já armazenadas no cérebro.
  • A essência da intuição heurí­stica é que quando somos defrontados com uma situação difí­cil, quase sempre nossa resposta é optar pelo jeito mais fácil do que pensar a respeito.
  • Foco intenso em uma atividade pode cegar (figuradamente) as pessoas – assista a minha palestra no HDI 2012 e compreenderá isso.
  • Qualquer coisa que ocupa sua memória de trabalho reduz sua capacidade de pensar.
  • A resposta que o Sistema 2 dá a uma sobrecarga mental (algum técnico ou gerente de suporte já passou por isso?) é seletiva e precisa: ele protege a atividade mais importante, a qual recebe a atenção necessária; uma capacidade sobressalente é alocada segundo a segundo para as outras tarefas.
  • Uma das descobertas significativas dos psicólogos cognitivistas nas recentes décadas é que mudar de uma tarefa para outra é extenuante, especialmente sob pressão do tempo. Uau, nem preciso comentar o impacto disso sobre o sentimento de “sair massacrado” ao final do expediente, hein? Ou com sono (que não é bem sono, mas cansaço mesmo!)
  • Normalmente evitamos uma sobrecarga mental dividindo nossas tarefas em vários passos mais fáceis, comprometendo-se com resultados intermediários que vão para a memória de longo prazo ou papéis.
  • Quando estiver caminhando com um amigo, peça a ele que calcule 23 x 78 em sua cabeça e que faça isso imediatamente. Ele provavelmente irá parar de caminhar. (Você quer saber por que, leia o livro, haha)
  • Efeitos de empobrecimento de ego podem ser desfeitos com ingestão de glicose. Traduzindo: o sujeito que quase se desmancha ao final do expediente pode melhorar sua situação engolindo um bombom (boa essa!!!). Restaurar o ní­vel de açúcar disponí­vel no cérebro pode prevenir a deterioração da performance. Quem for malvado mesmo, vai entupir seus técnicos de chocolate durante o horário de expediente!
  • Quando as pessoas acreditam que uma conclusão é verdadeira, elas são tendenciosas a acreditar em argumentos que suportem tais conclusões, mesmo que eles parecem pouco sólidos.

Opa…

Ainda tem alguns comentários a fazer sobre o capí­tulo 4 que fala sobre “Priming”. Eu conhecia-o como “imprint”, algo que você lidou há pouco, pode influenciar suas decisões subsequentes. Alguns exemplos são dados como falar sobre aposentadoria etc. faz a pessoa agir como alguém de mais idade a seguir.

Isso é uma técnica muito usada na psicologia comportamental em que determinado comportamento é produzido em busca de um segundo mais interessante (o sujeito que responde às horas para um mendigo na rua está mais propenso a dar uma esmola para ele em seguida do que se não tivesse sido consultado sobre o horário).

Donde vamos

Bah, tchê!

O ser humano é uma coisa impressionante. Isso todos sabemos.

O que é surpreendente é lembrar que também somos humanos, hahaha. E que tais comentários ajustam-se adequadamente a nós mesmos. E é horrí­vel. Ainda mais para quem trabalha na área de ciências exatas e acha que a tudo pensa, a tudo reflete, que é racional etc.

Ughs, compre o livro.

Ou espere eu transformar algum conhecimento desses em curso, hehe.

Chances que não se repetem tão cedo

Tá na hora de você tornar-se um profissional ainda valioso!

Lembro que ainda restam as três últimas vagas para nosso curso de Gestão de Suporte Técnico para Empresas de Tecnologia que começa no dia 25 de abril.

E destacando que estará lá, como participante especial, Nino Albano.

E de inhapa, se a sua leitura chegou até aqui, saiba que Ricardo Mansur (autor de múltiplos livros sobre Governança de TI vai lá tomar um café conosco).

A la putcha, como dizemos nos pampas, te apressa que o cavalo não passa encilhado duas vezes, chê!

Aproveita e te inscreve logo.

Abraços,

EL Cohen

 

 

1 comentário em “Thinking fast and slow – por que você faz coisas erradas”

  1. Pingback: Esgotamento do ego ou por que só decidir pela manh㠖 4HD Blog

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