O silêncio: como a ausência de feedback transforma satisfação em desgosto

Vamos lá, todo mundo sabe disso, mas ninguém fala.

Não, ao menos, a velha baronesa (#T#L). Ou se fala, ninguém ouve, por que ela é prolixa.

Não é que ela seja a favor de lixo (prolixa), mas segundo o dicionário Houaiss essa palavra significa: “que usa palavras em demasia ao falar ou escrever; que não sabe sintetizar o pensamento“. Também, com 34 práticas extensas em pleno século XXI (ok, haters, fly)…

Da caracterização da situação

Esse texto mescla pessoas com processos.

Nossa era da conectividade redefiniu a paciência do usuário.

Todos nos habituamos ao acompanhamento em tempo real de entregas (no MercadoLivre dá pra ver onde está o caminhãozinho). E mensagens.

O problema oriundo dessa situação:

O usuário do suporte interpreta qualquer silêncio do analista como abandono ou inação. 

O técnico mergulha nos logs e scripts, crente de que resolver o problema é suficiente. Não é.

Pânico na cabeça do usuário

Enquanto decifra o enigma do problema, o usuário imagina: “o técnico foi abduzido, o ticket se dissolveu, o universo conspira contra mim“.

Quando o status do chamado mostra “em atendimento”, ele interpreta: “esquecido, perdido, abandonado num servidor sombrio na casa dos Smurl — Invocação do Mal 4”.

O silêncio, antigamente sinônimo de serenidade (não existe mais nem em locais de outrora quietude e respeito como cinema, avião, restaurante chique e piscina de resort caro), virou insulto profissional.

A ausência de manifestação é interpretada como falha moral:

Bah, canalhas, abri chamado há 10 minutos e nenhum retorno!

O “pecado capital” do Service Desk é essa devoção à solução final.

Só se comunica quando há resultado. O analista não quer perder tempo mimando o usuário a todo momento (até por que existe uma métrica “Tempo de Solução do Chamado”).

Mas é esse intervalo — esse deseeeeeeeeeeerto de informação — que ferra a confiança. Quando o silêncio se prolonga, o usuário começa a ouvir vozes. E elas dizem: “ninguém está cuidando de mim”.

O que fazer

É preciso definir uma ação para amenizar o desespero do usuário, a ansiedade, a agonia.

(Se acha ridículo, faça uma compra online, pague com PIX e sinta o que acontece se o sistema não confirma o pagamento em 15 segs).

É preciso estabelecer uma nova regra: “a comunicação agendada”.

O analista informa uma Estimativa de Tempo de Próximo Contato (ETPC) — sigla minha, se encontrar dashboard com isso, cobrarei royalties em xícaras de cafezinho —, mesmo que seja para dizer que “não há novidade ainda” (o AINDA é importante, friso).

Um SLA de “prazo de comunicação” — o intervalo máximo entre duas atualizações — é o termômetro de tranquilidade.

Eu acho isso simplesmente ridículo. Mas a vida não é justa, regra número 1 aqui de casa.

Mas claro, impõe disciplina ao técnico. E um bom sistema de mensageria para recordá-lo de suas (novas) responsabilidades.

E sem dúvida, desengonça métricas de eficiência pré-existentes.

O usuário, ao saber quando será lembrado, descansará o chicote e guardará o e-mail de cobrança para outro dia.

Atenzon…

Recordando: o feedback constante precisa ser descolado da glória da solução.

Cabe destacar que o feedback não pode ser automático. Fica manjado.

No final das contas, o segredo do suporte não é acelerar milagres, mas preencher esse vácuo.

Resumindo:

  1. Não deixe de resolver o chamado, é óbvio, né?!
  2. Faça contato periodicamente e antecipe quando retornará.
  3. Não, não mande resposta automatizada. Não presta pra nada.

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