Só eu sei fazer bem

Existem gestores de suporte abnegados. Dedicados. Vestem a camiseta.

Abraçam um problema e realizam todas as incumbências para resolvê-lo.

O funcionário dos sonhos, que todos gostaríamos de ter em nosso time.

Só que não!! (olhares atônitos e boquiabertos em direção ao redator desse artigo)

Como assim, Cohen?

Ele, o supertécnico

Vocês sabem de quem estou falando. O supertécnico.

Aquele sujeito que se destaca no time de analistas de suporte por ter alta capacidade técnica aliada a uma extrema dedicação.

Quase uma personalização do “Missão dada é missão cumprida”.

O chefe pode ir pra casa sossegado. O sujeito se vira nas quatro linhas para cobrar escanteio, correr, cabecear e ainda fazer o gol. Não choraminga por falta de recursos, de ausência de engajamento dos colegas ou similar. Ele faz tudo sozinho e o resultado é o esperado.

Bom não? Só que não!!

VTC Cohen, é o segundo “só que não”

Parágrafo definitivo de Peter Drucker, o pai da Administração Moderna:

A causa mais comum do fracasso é a incapacidade ou a indisposição de um funcionário para mudar, de modo a atender aos requisitos de uma nova posição. O trabalhador intelectual que continua fazendo o que ele fazia com sucesso antes de mudar de cargo está praticamente fadado ao fracasso.

Mês após mês, ano após ano, sempre me deparo – em cursos e consultorias – com técnicos espetaculares promovidos a gestores de suporte técnico que caem nessa armadilha.

Trabalham muito mais do que seus próprios subordinados – nas atividades deles – para justificar a promoção.

E infelizmente a empresa não quer que ele continue se comportando assim (se bem que algumas o promoveram apenas para segurá-lo na firma e impedir que todo seu conhecimento vá embora, mas isso são outros quinhentos).

Ela o quer gerenciando o departamento de suporte.

Segue a ideia de “Missão dada é missão cumprida”, mas num lance mais high level.

Como sair dessa sinuca de bico?

“Sinuca de bico” ocorre quando no jogo de sinuca – aportuguesamento da palavra inglesa snooker – a bola com que se joga fica encostada à caçapa, sem ângulo para bater nas outras bolas. É uma metáfora consagrada que define uma situação sem saída.

OK, não joga sinuca. Então pense num beco sem saída.

Eu tenho minhas ideias, não são válidas para todos os lugares. Nem todos os tempos.

Mas claro, envolve delegar. Para duas pessoas.

E acompanhar periodicamente.

O advérbio usado não é sinônimo para “de vez em quando” e sim de semana em semana de forma rígida e formal. Ou de 10 em 10 dias.

Dá oportunidade aos delegados (aqueles a quem se delegou) se manifestarem, pedirem ajuda, exporem ideias, reclamarem e tudo o mais. E saberem que estão sendo monitorado. Que precisam apresentar serviço.

Aos poucos, o novo gestor assume progressivamente sua verdadeira atribuição – administrar – e larga de mão aquele passado tão lindo, que tanto se orgulha, mas que não se justifica mais no momento presente.

E mais não escrevo. Hoje, hehe.

Abs

EL CO

PS: Por que delegar para duas pessoas? Think about!

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