Um passo pra frente, dois pra trás – fim da carreira de gestor

Muita – mas muita gente – é promovida de analista de suporte técnico para gestor de suporte técnico.

É uma felicidade geral na famí­lia e na vizinhança (alguns não, têm inveja; mas isso lá é problema deles).

Tornar-se gestor (ou gestora) é sinônimo de mais grana na conta (se o cheque especial ou o cartão de crédito não chegarem antes), mais responsabilidades, mais importância na hierarquia da empresa e um centilhão de oportunidades (inclusive fora da empresa, quando o sujeito dá um carteiraço nalguém exibindo-se de sua posição e salivando de felicidade ao exclamar “sou gestor de suporte”).

A chegada ao posto é rodeada de incertezas, mas trabalhar muito pode resolver o problema.

Só que não. Infelizmente não.

Trabalhar muito? Não!

A questão não é mais trabalhar muito como nos tempos de técnico.

O foco agora é outro: pensar. E executar menos. Para poder pensar mais e coordenar os recursos da forma que a empresa espera que faça.

Alguns até chegam a encaminhar iniciativas positivas.

  • Reorganizar o processo de administração da base de conhecimento.
  • Montar uma pesquisa de satisfação periódica para capturar chances de melhoria.
  • Batalhar um software novo para ter estatí­sticas e relatórios mais convincentes.

E…

O que não percebem é que o cotidiano espreita sentado e de braços cruzados a alguns metros dali.

E depois que esse ordinário se cansa de assistir ao gerente de suporte dar “start” em 300 iniciativas, põe as mangas de fora e começa a agir.

  • É um cliente/usuário que perturba diariamente.
  • Um colaborador que é resistente às mudanças.
  • A p* do fornecedor do software de Service Desk que demora em dar retorno sobre um bug.
  • É o jogo de alimentação da base de conhecimento que não dá certo.
  • É a mãe que fará uma cirurgia e precisa da sua presença.
  • É o filho que caiu de beiços no chão e chora convulsivamente.
  • São as notí­cias no Jornal Nacional (por que não dá mais pra assistir a Band depois que o Boechat morreu, né!) sempre ruins e jogam nossa esperança pra baixo.

E o cotidiano, esse perverso, é um redemoinho traiçoeiro que arrasta pra dentro dele. E as iniciativas vão desinflando de vontade.

O ânimo fica mixuruca por que, além de tudo, você não foi vacinado ainda contra a Covid. E nem quer pagar exorbitantes R$ 100 para tomar a vacina da gripe nas farmácias particulares.

E o preço da gasolina chega quase ao triplo do leite, um absurdo.

E você alcança o estágio em que o gestor anterior foi desligado.

E você me pergunta: Cohen, como escapar do cotidiano?

Hummmm

Bem, você não se inscreveu no meu curso online de Gestão de Serviços para Help Desk e Service Desk, né?

Anyway, sou um cara legal.

Deixo uma boa e ótima dica:

Reserve tempo na sua semana para pensar. Defenda-o com unhas e dentes e somente se alguém estiver morrendo – e que você possa fazer alguma coisa para reverter o quadro, claro “, abdique desse espaço. Mas se for esse o caso, seja aonde for, compense-o novamente na mesma semana.

Você precisa pensar por que as coisas não funcionam.

Por que se deixa levar pelo cotidiano (isso eu respondo: por que é terreno conhecido.

Pode fazer isso até conversando com seu cônjuge à noite. Ou na hora do almoço, já que as notí­cias do jornal que assiste sempre trazem o mesmo lengalenga.

Por que realmente todas aquelas expectativas positivas como novo gestor são verdadeiras.

Só é preciso saber se você quer e consegue vencer sua quebra de braço com o cotidiano.

See you, girls and boys.

El CO

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