Para começar algo, quebre o ovo

Todos temos um projeto para iniciar.

Mas ele é tão cheio de tarefas, recursos, pessoas etc. que dá certa frustração não saber nem por onde principiar.

É assim na hora de criar uma base de conhecimento. Ou reorganizar a pesquisa de satisfação abandonada há anos. Ou planejar o fluxo de atendimento para documentar – de uma vez – o que os novos (e os antigos!) analistas devem seguir. É o painel de métricas. O orçamento para o ano que vem. A…

Sabemos as inúmeras vantagens que tudo isso. Mas dar o “start” parece ser algo penoso. E custoso. E então deixamos pra lá.

O artigo How to Get Started When You Just Can’t Get Started de David Cain aborda essa situação e dá dicas. Mas se tiver dificuldades com o english, segue uma adaptação a seguir.

Sua analogia de quebrar o ovo é ótima

Aqui em casa abandonamos o pão no café da manhã. Agora é acordar e comer ovo e fruta todos os dias, exceto domingo. Rezo para viajar, hospedar-me em um hotel e quebrar o trato. Em viagem pode. Exceção da combinação.

Só que quebrar o ovo nas primeiras vezes era uma desgraça.

Sujeira pra tudo quanto é lado.

  • Quebrar em superfície pontuda (borda de uma xícara?) ou na bancada da cozinha?
  • Fazer com apenas uma mão ou com as duas?
  • Melhor é ovo recém-saído da geladeira (frio) ou aguardar uns minutos?
  • Como pescar a casquinha de ovo que escapuliu para dentro da xícara? (Dica: descobri no Youtube que com dedo molhado é mais fácil)

Outros exemplos de agonia

OK, dispense o exemplo do ovo. Pense na limpeza da garagem (ou o depósito). Ou organização daquele monte de recibos de pagamento no computador.

Mesma situação.

Se nunca comprou um carro antes, dá certa aflição em não saber por onde começar e como se garantir que está indo bem. Onde pesquisar, que itens são mais importantes etc.

Tais tarefas para o iniciante parecem assustadoras, cheias de malandragens e pegadinhas.

Elas precisam ser feitas, mas você precisa descobrir o que são antes de realizá-las.

Uma decisão razoável pode ser… Dar um tempo.

Talvez aprender mais sobre isso antes de iniciar, conversar com um amigo etc., enquanto realiza atividades familiares nesse meio tempo.

E lá está você novamente…

Procrastinando ativamente, como cita o autor.

Você sabe que deve começar.

Mas começar é exatamente o que você não sabe como fazer.

Não comece, apenas quebre o ovo

Em vez de dizer a si mesmo para “começar”, se concentre em quebrar o “selo externo” da tarefa, a primeira barreira. Em outras palavras, quebre o ovo para que não lembre um objeto nebuloso e desconhecido.

Assim como com esse ovo real, você só precisa danificar um pouco o exterior da tarefa para transformá-la e prepará-la para a etapa dois. Assim que ele é quebrado, torna-se um objeto diferente – um que você sabe o que fazer com ele.

Como alguém quebraria o ovo de “limpeza da garagem”, por exemplo? Bem, poderia circular pela garagem com um saco de lixo e recolher tudo que é claramente lixo. Talvez não seja o que um organizador de garagem profissional faria, mas não importa.

Após algum tempinho nessa função, já fica mais claro como continuar com o trabalho.

Precisa de um painel de métricas?

Crie três que mais fazem falta. Use como ferramenta o Excel, Google Planilha, PowerBI, Grafana, o que for. Com o passar dos dias, pense se lhe ajudam a tomar decisões. Se precisam ser corrigidas, se a disposição gráfica é a melhor para visualização e assim por diante.

E a organização dos seus recibos?

Se fosse “começar” corretamente, poderia supor que primeiro precisa criar um sistema de cima para baixo para organizá-los (por data? assunto? um sistema de tags?) antes mesmo de começar a reuni-los e colocá-los nas pastas certas. Talvez ache que deveria fazer alguma pesquisa sobre sistemas de organização de documentos para não estragar esse primeiro passo tão importante.

Pronto para pensar em começar?

Não, não! Pare com esse “pensar”!

Em vez disso, simplesmente quebre o ovo: encontre alguns recibos no seu computador, crie pastas para os diferentes tipos e classifique um conjunto até sentir que fez algo.

Em seguida, programe uma sessão mais longa para continuar de onde estava.

Com esse início arbitrário, você criou um ponto de entrada viável para a tarefa e pode retornar pela mesma rota. Os próximos passos não precisam ser retirados do nada.

Viés psicológico

“Quebrar o ovo” pode não soar tão diferente de “começar”, segundo o autor, mas a diferença psicológica é imensa.

“Começar” implica que você sabe o que está fazendo – o que deve fazer primeiro, segundo, terceiro e assim por diante.

Mas geralmente não, você precisa apenas de algo para fazer e que qualquer pessoa normal não treinada e pouco confiante pode realizar – como danificar qualquer parte de uma fina casca externa.

 

Eu poderia resumir todo o artigo da seguinte forma: para começar uma jornada, o primeiro passo é 50% de tudo.

Mas daí não teria graça, hahaha…

Algo como: “Entra logo nessa piscina, depois fica bom!”

Só que toda vez que a gente põe o pé na água, brrr…

Abrazon e quase aí o final de semana.

EL CO

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