Maniqueí­stas na ITIL

Calma, não estou associando aqueles que gostam da ITIL com a palavra maniqueí­smo.

Antes de babar de raiva como um cão de Pavlov ao ler algo ruim associado à ITIL, convém reter as emoções.

Primeiro vamos definir o que é “maniqueí­smo”.

Maniqueí­smo

Lá por 216 nasceu no sul da Babilônia (Pérsia = Irã) um profeta chamado Maquineu.

O aspecto central da sua religião era que o bem e o mal não se originam da mesma fonte. Bem e mal são vistos como independentes e a humanidade só pode escapar do mal pelo reconhecimento dessa realidade dual e pela realização do bem.

O dicionário Houaiss apresenta uma extensão do sentido: “qualquer visão do mundo que o divide em poderes opostos e incompatí­veis“.

A gente tá vendo muito disso no mundo polí­tico atual. Quem detesta a roubalheira do presidente Lula (comprovada ou não), está contra ele e, portanto, com Bolsonaro, arauto do bem.

Quem está contra Bolsonaro pelas possí­veis atrocidades cometidas, seja em que campo de ação for, está com Lula, arauto do bem.

Não tem meio termo. É 8 ou 800.

E por que maniqueí­stas na ITIL?

ITIL é uma biblioteca de melhores práticas.

São ideias e experiências coletadas por inúmeros profissionais ao redor do mundo que colaboram e escrevem textos para ajudar departamentos de TI a se organizarem melhor.

E então, assim como a leitura da Bí­blia pode gerar inúmeras interpretações (e correntes religiosas com seus próprios dogmas – ponto fundamental de uma doutrina religiosa, apresentado como certo e indiscutí­vel – extraí­dos dessas análises), os textos da ITIL também se prestam a isso.

Você vê que raramente cito outros frameworks em meus artigos.

Primeiro, por que não os conheço bem (nem a ITIL conheço bem). Segundo por que eles não se difundiram tanto no meio de TI como a biblioteca ITIL.

Mas eu circulo aqui e ali e aparece alguém comentando algo sobre meus textos que estão incompatí­veis com uma ideia exposta na biblioteca.

E ploft, lá vem um esclarecimento férreo e intransigente sobre como se deve gerenciar a TI (com base na ITIL).

Gosto da ITIL. Tenho a mais profunda admiração por especialistas do tema, como meu chapa Renê Chiari (ITSM na Prática). Eis um sujeito, digamos, esclarecido. Admite que a ideia é adote e adapte.

Sabe que ela abre espaço para inserções de outros conhecimentos, em destaque os Princí­pios Norteadores que oferecem inclusão de metodologia ágil, conceitos de qualidade total etc. Isso até me lembra o Papa Francisco que abre espaço dentro do Cristianismo para que os “exilados” (LGBT entre outros) possam se integrar aos conceitos da Igreja Católica.

Aonde vais, Cohen?

Vou ao caminho do centro, da ponderação (na imagem ao lado, eu quando ainda tinha cabelos).

Aceito que o ser humano tem seu lado bom e mau. Tô com Shakespeare.

Pra viver em comunidade, é preciso aceitar as falhas dos outros e as próprias. É tentar melhorar. É não defenestrar (atirar janela afora, violentamente) alguém por que pensa diferente. Bem, há uma exceção para genros que gostam de motos speed em vez de trails, claro.

Ver se conseguimos chegar a um denominador comum. Dá trabalho, haha. Exige esforço. Mas é um movimento de inclusão e o gestor de suporte, ao final, tem o time junto e não gatos espalhados, cada um vivendo em seu próprio silo.

Bah!

Chega de 8 ou 800, gente. É cansativo.

ITIL é bom. Não precisa ser “by the book”.

Nem os criadores querem que seja assim, somente o povo que “sabe como deve ser” por que tem certificação ní­vel 512 em ITIL ou coisa parecida e outros carolas (pessoa muito devota, frequentadora assí­dua de igrejas, missas, procissões religiosas, ladainhas etc.).

Take easy. Let’s play together.

Beijos às gurias. Um abrazon pros guris.

EL CO

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