Ignorância racional no suporte técnico

Realmente dei-te um nó na cabeça com essa expressão, “Ignorância Racional”, hein?

Ignorante e racional de forma simultânea?

Cá entre nós, os artigos estão escassos por que dediquei boa parte do meu tempo criativo à construção de um curso EAD sobre Técnicas de Comunicação em Help Desk e Service Desk.

Aff, não vou escrever sobre ele; já o fiz neste artigo.

Rapaz, donde anda meu tempo ocioso – aquele do ócio criativo? Desapareceu. Minha esposa/chefe (indigna-me saber que se alinha com os pensamentos econômicos e liberais de Ricardo Mansur) mandou-me trabalhar e ministrar o máximo de cursos possí­veis.

Das intimidações: faltarão libras para beber teu chá em Londres (vamos em maio). Mas o Fantasma da Ópera e Mamma Mia ela adianta que não abre mão. Como diz o ditado: “O amor é cego, mas o casamento devolve a visão”, haha.

O resultado? Uma fatigante e alegre maratona de cursos.

Mas está feita a explicação que não se justifica…

Ai, ai, ai…

Nessa hora vosmecês (vosmecê é uma contração de “Vossa Mercê” e forma de tratamento dada a pessoas que não tinham senhoria e às quais não se tratava por tu) poderiam argumentar:

Sério Cohen, mas e nos horários dos jogos em que o Grêmio, lanterna do micro-campeonato gaúcho, desclassificava o poderoso Internacional, você fazia o quê?

Ué, paixão é paixão!

Rastreando inspiração

Meu jeito de catá-la (inspiração) é folhar livros para achar ideias e insights a fim de escrever os artigos.

E um dia desses, arrastado que fui por Ricardo Mansur para a Livraria Saraiva do Shopping Paulista, resolvi comprar um livro denominado 1001 ideias que mudaram nossa forma de pensar.

Uma coisa: não na frente dele, pois jurei que não compro livros fí­sicos há mais de 5 anos, desde que a musculatura ficou imobilizada em um curso na Softway em Campinas por carregar muitos livros nas costas.

Gabarito na página 775: Ignorância Racional.

Uma explicação do termo

Registrado na obrinha de quase mil páginas, constata-se ignorância racional quando o esforço para adquirir conhecimento excede seu benefí­cio.

Um Excerto:

De acordo com a teoria da ignorância racional, as pessoas só podem dedicar uma parte limitada do dia a adquirir informações novas e, portanto, ignorarão aquilo que oferece pouca recompensa. A análise custo-benefí­cio que os indiví­duos fazem na hora de decidir o que aprender explica por que tantas pessoas resolvem permanecer ignorantes sobre assuntos aparentemente importantes.

Mesmo em face de programas públicos de educação ou de uma grande quantidade de informações disponí­vel, as pessoas geralmente preferem não saber de assuntos importantes, porque dificilmente seus esforços conduzirão a um benefí­cio prático pessoal.

Um problema insignificante toma proporções exageradas quando nos afeta diretamente.

Transladando para o âmbito polí­tico, onde aparentemente nasceu a ideia, trata-se do sujeito que não se preocupa muito em pesquisar assuntos polí­ticos, como foi o desempenho de seu candidato desde as últimas eleições por quê…

O voto dele é só um e não faz diferença entre os milhares de votos que decidem uma eleição.

Capisce?

Dando uma de finório

A la putcha, não sabe o que é “finório”?

Aquele que, aparentando ingenuidade, se vale de astúcia enganosa; espertalhão, ladino, sagaz.

Vou cometer uma impostura intelectual e roubar essa ideia, mesmo que não seja exatamente o que desejo explicar. Usarei de muletas para criticar (no sentido construtivo) comportamentos de jovens colegas no mercado (os velhos não têm mais energia, kkk).

Perde-se o rumo.

Por que vai pesquisar isso?

Qual o objetivo?

Ou como recomendaria o padrão Toyota de fazer as coisas, questione cinco porquês (5 whys) em sequência.

  1. Por que aprender isso? Ah, vai ser útil.
  2. Por que será útil? Bem, resolverá aquele problema.
  3. Por que desejamos resolver aquele problema? Hummm, aumentará a produtividade.
  4. Por que desejamos aumentar a produtividade?
  5. E assim por diante.

OK, Cohen, para de enrolar e desembucha

Acho que já escrevi este tí­tulo acima umas várias vezes nos meus artigos.

Parece pet que sempre andou de coleira e, quando solto na rua, desaparece e por isso o dono tem de encoleirar novamente. Assim é meu discurso.

Ao menos o cãozinho vê coisas novas, haha.

Ignorância racional no suporte técnico

As pessoas estudam muito aquilo que lhes trará benefí­cios imediatos.

  • Consomem tempo exagerado em grupos de Whatsapp e assistindo web meetings.
  • Esquadrinham a internet atrás de sites que detalhem os termos da moda (Customer Success está nos trends do Google, creio que muito mais do que nos Estados Unidos da América do Norte).
  • Debatem ardorosamente o significado de expressões como churn, major incident e assim por diante.

E que benefí­cios toda essa mobilização traz para o negócio?

Fudeu! Danou-se.

” Não havia pensado nisso. Só em mim.

Reflita um pouco:

Quanto mais bem-sucedido o seu negócio for graças a sua colaboração, mais valioso você será para ela.

Mais salários, mais negócios, mais benefí­cios, mais um monte.

Porém se você se perde na “ignorância racional”, usando seu cérebro de forma engajada para investigar quatrocentos bagulhos da moda e não consegue tempo para aplicar, refletir ou planejar dentro do seu negócio, que sentido faz isso?

Ou como diria minha terapeuta quando queria me cutucar:

“” Faz sentido isso para você?”

Notí­cias últimas

Tá pelada a coruja.

Das últimas:

  • Meu guru Mansur está “invited” (abichornei ao usar essa expressão, mas gaúcho também pode) para palestrar em dois cursos de Gestão de Serviços de Help Desk e Service Desk em abril e maio em São Paulo. Inscreva-se em www.4hd.com.br/calendario
  • Ainda em abril realizo palestra Gamification: como engajar técnicos e usuários em São Paulo e Goiânia. Mais detalhes em… adivinha? www.4hd.com.br/calendario
  • Tem mais que cinco técnicos de suporte? Converse comigo e peça descontinho amigo no curso Técnicas de Comunicação. É aqui que mora seu inimigo oculto: na má comunicação.

Abrazon

Depois de tudo escrito

PS: Escrevi este texto escondido, pois a patroa foi fazer as unhas… Por que senão diria: “quantas prospecções novas hoje? Alcançamos nossa meta?”

P.P.S: MkSolutions, a cuia de chimarrão que me presentearam já está na minha mesa de trabalho!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *