OGC homologará software – a cobra vai fumar…

Essa notí­cia eu li no blog do Nelson Granado Merino – ITIL na prática.

itil-softwareFui checar o link indicado – ITIL Software Scheme – e realmente está lá!

Aparentemente, parece que a OGC – entidade que gerencia o conteúdo do ITIL – se rendeu a uma obsessão do mercado. E de minha parte, acho que não foi algo benéfico para todos nós.

Anteriormente, apenas profissionais eram certificados. Uma coisa mais de âmbito pessoal.

O cara estudava, fazia uma prova e ganhava um atestado que manjava de ITIL. Depois vieram os patamares seguintes (Service Manager), sempre mais rigorosos, mas ainda de cunho pessoal.

pinkverify1

Agora, diante da grana que a Pink Elephant ganhava em avaliar softwares e caracterizando-os como “PinkVerify ITIL”  (e boa parte da respeitabilidade deste selo vem da admiração e bom conceito que gozam a Pink), a OGC quer uma fatia desse filão que…

Hehehe, não é pouca grana.

Dependendo da quantidade de usuários,  a OGC vai conferir ao o software um selo “Bronze Level” (nenhum cliente do produto), “Silver Level” (existem três clientes do produto) ou “Gold Level” (no mí­nimo três clientes com o produto).

Ora pois… Qual o problema?

Poderí­amos comentar que no mundo tudo é comércio mesmo. Se já avaliavam técnicos, por que não softwares?

E por que não facilitar a vida das empresas que pesquisam softwares, indicando aqueles que se adequam às melhores práticas do ITIL?

Não sei não…

Essa mudança de postura depois de tanto tempo levanta em minha cabeça uma série de questionamentos:

  • Estaria o ITIL perdendo terreno no mercado mundial para outros frameworks como COBIT ou a ISO20000 e por isso a necessidade de buscar uns pila extras para sustentar a manutenção das “melhores práticas”?
  • paymentUm técnico buscando certificação gasta US$ 300 (nas categorias mais simples) na prova (não estou falando de estudos, treinamento etc.).Uma software-house buscando certificação gastará uma montanha de dólares. Claro, alguém precisará checar o produto para colocar o chamegão Pink ou OGC. Isso gasta tempo, esforço e muita grana.Aí­ eu me pergunto: quem escreve as melhores práticas pode também, de maneira isenta, certificar o software? É questionável sob o aspecto ético essa situação, ao menos para mim. Por que pode acontecer um processo reverso, em que o software influencia as melhores práticas para que elas se adaptem a ele?
  • Mais: o que acontecerá com os pequenos produtores de software que, compatí­veis com ITIL, não terão recursos financeiros para bancar o selo? Aparentemente, ocorrerá uma concentração de “selos” nas empresas que detém mais pujância financeira.
  • Muitas empresas já procuravam software que fossem compatí­veis com ITIL, mesmo que nem conhecessem a biblioteca. Agora, comprarão produtos homologados pela OGC e… continuarão desconhecendo ITIL.

badAi, ai, ai…

Lembro do ditado “– Quem não é competente, não se estabelece.

Mas sei também que nem tudo é preto-no-branco. Existem muitas tonalidades cinzas nesse universo ou, parodiando Shakespeares, “– Existem mais coisas entre o céu e a terra que…“.

A cobra vai fumar, brothers!

Let’s see what is coming…

El Cohen

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *